PRIMEIRO MÉDICO MOSSOROENSE
Dr.
Antônio Soares Júnior: Em 4 de maio de 1881, numa quarta-feira, nascia, no
subúrbio Barrocas, em Mossoró, o Dr. Soares Júnior, que foi médico e
ex-Prefeito da cidade. O Dr. Antônio Soares Júnior foi o primeiro mossoroense a
se doutorar em Medicina. Filho legítimo de Antônio Soares de Góis e Josefa
Soares de Góis. Estudou preparatório com o Cel. Bento Praxedes e o Dr. Paulo
Loureiro de Albuquerque. Matriculou-se em 7 de setembro de 1900 no Colégio Sete
de Setembro, de Antônio Gomes
de Arruda Barreto, concluindo os exames parcelados em janeiro de 1904, quando
ingressou na Faculdade de Medicina, na Bahia. Farmacêutico em 5 de dezembro de
1905. Aspirante ao Internato no Hospital de Santa Izabel, na Bahia, em 1907,
posto em que serviu até 1909. Neste último ano, aos 13 de dezembro, doutorou-se
em Medicina, defendendo a tese “Ligeiras Considerações sobre o Lupus William”.
Voltando a Mossoró, instalou o seu consultório na Farmácia Rosado, do seu amigo
Jerônimo Rosado, mas atendia também na própria residência. Atendia aos pobres
da mesma forma que atendia aos remediados. Todos depositavam na sua competência
a maior confiança. Sem consultar formulários, escrevia as receitas com adequada
composição dos ingredientes, que a Farmácia Rosado preparava. Exercia a clínica
em geral, mas sua especialidade era a obstetrícia. Em Mossoró foi durante
muitos anos chefe político de grande prestígio, prestando inúmeros serviços à
comunidade que o tinha como um dos seus mais credenciados líderes. Sereno,
equilibrado, é um dos altos nomes da história política de Mossoró. Exerceu
vários cargos eletivos, tendo sido Deputado Estadual nas legislaturas de
1913/1916 e 1930. Vice-Presidente da Intendência no período 1917/1919, suplente
de Intendente 1920/1922 e Intendente na legislatura 1923/1925. Foi o oitavo
prefeito de Mossoró, após a criação desse cargo, e o sétimo do chamado período
revolucionário. Nomeado pelo Interventor Mário Câmara, a 20 de setembro de
1933, assumiu o exercício no dia seguinte, e governou até o dia 4 de novembro
de 1935, quando se exonerou. Quando assumiu a chefia da municipalidade
mossoroense, o clima político no Estado era de exalação extremada e Mossoró não
fugia à regra. Soube, porém, pelas suas qualidades de cidadão moderado, acalmar
os ânimos, sem se deixar envolver pelo clima. Quando a cidade se desencadeava
no agravamento de paixões políticas, e ao saber de qualquer medida policial
contra adversários do governo, pessoalmente a reprimia, de forma a evitar
constrangimento a comunidade mossoroense. No exercício de sua profissão,
conquistou amizades em meio de seus conterrâneos. Exerceu o magistério como
titular da cadeira de matemática da Escola Normal de Mossoró, chegando mesmo a
ser vice-Diretor do educandário. Era matrimoniado com dona Josefina Gurgel
Soares, filha do desembargador Felipe Nery de Brito Guerra, membro proeminente
do Tribunal de Justiça do Estado. Durante a sua administração como Prefeito de
Mossoró, vários acontecimentos mereceram destaque, como nos lembra o
historiador Raimundo Soares de Brito: “A 16 de julho de 1934 foi
promulgada a Constituição Brasileira, quando Getúlio Vargas, então na chefia do
governo provisório, foi eleito pelos deputados para a presidência da República;
A equiparação da Escola Normal de Mossoró. A Escola havia sido criada pelo
Decreto 165, de 19 de janeiro de 1922, e instalada a 2 de março do mesmo ano,
mas somente em 1934, através do Decreto 698, do Interventor Mário Câmara, foi
equiparada à sua congênere de Natal; nesse mesmo período, deu-se a criação da
Escola Técnica de Comércio União Caixeiral. A União Caixeiral foi criada por
Francisco Izódio e outros, a 27 e agosto de 1911. Na presidência de Alcides
Fernandes foi construída a sua sede, solenemente inaugurada a 30 de outubro de
1934 (Dia do empregado do Comércio). A 10 de fevereiro de 1935, por iniciativa
de Thiers Rocha, foi criada a Escola de Comércio “União Caixeiral”, da qual foi
também o seu primeiro Presidente”. O Dr. Antônio Soares Júnior faleceu em 12 de
janeiro de 1966, também numa quarta-feira, deixando um grande círculo de
amizade, principalmente entre as mulheres, como nos lembra o historiador Lauro
da Escóssia, dada sua condição de obstétrico.
FONTE
– GERALDO MAIA
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